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Brasil

Produção de bioinsumos cresce, mas ainda enfrenta “gargalos”, segundo especialistas

Pesquisadores pedem simplificação no registro de novos produtos – um dos entraves para a expansão do setor

Foto: Rayra Paiva Franco/O Panorama

Os bioinsumos são uma variada gama de organismos vivos que, devidamente manipulados, combatem os vetores de doenças. Na agricultura, aparecem como alternativa sustentável aos agrotóxicos químicos e vêm registrando rápida expansão no Brasil. A Frente Parlamentar Ambientalista reuniu, nesta quarta-feira (14), vários especialistas sobre o tema para medir o tamanho desse crescimento, identificar alguns dos entraves do setor e permitir o uso dessa tecnologia em larga escala. Integrante do Conselho Estratégico do Programa Nacional de Bioinsumos, ligado ao Ministério da Agricultura, Alessandro Cruvinel resumiu a evolução do setor no Brasil e no mundo.

Lançamento virtual de Projetos de Lei para Combate à Corrupção - FECC. Dep. Rodrigo Agostinho(PSB - SP)
Rodrigo Agostinho, coordenador da Frente Parlamentar Ambientalista | Foto: Luis Macedo/Câmara dos Deputados

“Analisando só o controle biológico em 2020, tem uma estimativa de que já houve uma movimentação de US$ 5 bilhões no mercado global e de que pode chegar a US$ 10 bilhões em 2025. No Brasil, isso é ainda mais relevante. Há dados que apontam crescimento de 55% entre 2018 e 2019 e de 28% entre 2019 e 2020. A participação de bioinsumos no total de defensivos saiu de 1,5% em 2017 e passou para 2,6%”.

O Conselho Estratégico e o Programa Nacional de Bioinsumos foram criados em maio por decreto (10.375/20) do governo federal a fim de ampliar e fortalecer o controle biológico de pragas. O Ministério da Agricultura prevê aumento na base de agricultores que utilizam bioinsumos. Segundo Cruvinel, uma pesquisa aponta que 90% dos produtores que já empregaram a técnica pretendem mantê-la.

Gargalos

Mas, para isso, é preciso superar alguns “gargalos”. Especialista no tema há mais de 30 anos, a pesquisadora de recursos genéticos e biotecnologia da Embrapa Rose Monnerat defende a imediata simplificação do registro de novos bioinsumos nos três órgãos responsáveis por esse processo: Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Ministério da Agricultura e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

“Quando uma empresa vai registrar o seu produto, ela primeiramente deve ter uma autorização de funcionamento, que varia de estado para estado. Muitas delas, depois de estarem prontas, levam mais de um ano para ter essa autorização de funcionamento. Depois que a empresa está autorizada para funcionar, são mais ou menos dois anos para ter o registro, que tem um custo bastante elevado”, explicou.

Segundo Monnerat, a Embrapa conta com mais de 20 mil cepas de bactérias, fungos e vírus para controle biológico. O órgão também elaborou protocolos e cursos de capacitação com foco no rigor de utilização dos bioinsumos a fim de não desequilibrar os biomas nem permitir a manipulação de microrganismos perigosos por parte do agricultor. Atualmente, o país conta com cerca de 300 bioinsumos registrados. O coordenador da Frente Parlamentar Ambientalista, deputado Rodrigo Agostinho (PSB-SP), apontou outros dois “gargalos” a serem superados: orçamento e legislação adequadas.

“A ideia é ampliar esse debate e entender até que ponto a Câmara dos Deputados pode ajudar no marco regulatório para esse setor, para que a gente possa torná-lo acessível para todos, investir em tecnologia, assegurar orçamento para os centros de pesquisa, como a Embrapa, e que a gente possa fazer a transição do mundo químico para um mundo mais biológico, aproveitando a biodiversidade que a gente tem no planeta”, disse o deputado.

Incentivos

Já está pronta para votação no Plenário da Câmara a proposta (PL 6670/16) que cria a Política Nacional de Redução de Agrotóxicos, inclusive com vários incentivos aos bioinsumos. O texto, no entanto, sofre a oposição da bancada do agronegócio. O Ministério da Agricultura abriu consulta pública sobre o marco regulatório do Programa Nacional de Bioinsumos, com foco sobretudo em inovação tecnológica e simplificação de registro de novos produtos. Em atuação desde o início do ano, a Croplife Brasil reúne empresários e especialistas das áreas de biotecnologia, defensivos químicos, produtos biológicos e germoplasma, que lida com mudas e sementes. Presidente da Croplife, Christian Lohbauer informou que 26 das 42 empresas associadas produzem bioinsumos, o que tende a ser uma “nova fronteira” para o setor. Já o presidente do Grupo Associado de Agricultura Sustentável (GAAS), Rogério Vian, garantiu que é viável o uso em grande escala do controle biológico de pragas agrícolas.

“O que a gente tem que pensar é que vai ter um ambiente melhor, um alimento melhor e o colaborador mais satisfeito, trabalhando com produto biológico. É uma tecnologia perfeitamente viável desde o micro, que planta meio hectare, ao cara que planta 100 mil hectares”.

Vian era produtor rural convencional, mas, desde 2005, migrou para a produção orgânica. Hoje, ele produz soja orgânica em grande escala na zona de amortecimento entre o Parque Nacional das Emas e o rio Araguaia, em Goiás. O uso de técnicas sustentáveis, como os bioinsumos, já permitiu, inclusive, a identificação de oito onças na região, hoje monitoradas por GPS. Segundo Rogério Vian, o Grupo Associado de Agricultura Sustentável conta com 6 mil agricultores em todo o país.

Fonte: Embrapa/Arte:Agência Câmara

Reportagem:  José Carlos Oliveira/Edição: Ana Chalub – Agência Câmara de Notícias

Saúde

Erro médico faz mulher tratar por 6 anos câncer inexistente

Justiça de São Paulo condenou a Amico Saúde, empresa médica de São Bernardo do Campo a pagar R$ 200 mil de indenização à paciente

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Uma mulher de São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, recebeu uma indenização de R$ 200 mil da Amico Saúde, empresa médica que a submeteu a um tratamento de quimioterapia por seis anos por uma metástase óssea que nunca existiu. A Justiça de São Paulo considerou que houve erro médico de diagnóstico e tratamento, que causou danos físicos e psicológicos à paciente.

A mulher, que tinha 54 anos em 2010, foi diagnosticada corretamente com câncer de mama e fez uma mastectomia. Porém, em outubro do mesmo ano, um novo exame indicou que ela tinha metástase óssea, ou seja, que o câncer havia se espalhado para os ossos. Ela então iniciou um tratamento de quimioterapia, que continuou mesmo após mudar de plano de saúde em 2014.

Em 2017, os médicos do novo plano de saúde desconfiaram do diagnóstico e pediram um exame mais preciso, chamado PetScan, que revelou que a mulher não tinha metástase óssea. O resultado foi confirmado por outro exame em 2018 e por um laudo pericial do Instituto de Medicina Social e de Criminologia de São Paulo.

Um exame feito em 2010, na mesma época em que ela começou a quimioterapia, já havia apontado que a probabilidade de ela ter metástase óssea era baixa, mas esse dado foi ignorado pelos médicos da Amico Saúde. A Justiça não conseguiu explicar por que a mulher foi tratada de forma equivocada por tanto tempo, se por negligência ou por economia.

A mulher relatou que sofreu muito com os efeitos colaterais da quimioterapia, como dor, insônia, perda óssea, perda de dentes e limitação dos movimentos da perna. Ela também disse que viveu uma grande angústia psicológica, achando que iria morrer a qualquer momento. “Cada sessão de quimioterapia se tornava um verdadeiro tormento à autora, porque a medicação é muito forte e possui inúmeros efeitos colaterais”, afirmou a defesa da paciente.

A sentença que condenou a Amico Saúde a pagar R$ 200 mil de indenização foi dada em primeira instância e confirmada pelo Tribunal de Justiça. O relator do recurso, o desembargador Edson Luiz de Queiroz, destacou que “a paciente foi levada a sofrimento que poderia ter sido evitado”.

No final de 2023, a Amico Saúde fez um acordo com a mulher e pagou os R$ 200 mil.

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Política

Lula anuncia Ricardo Lewandowski como novo Ministro da Justiça

Jurista se aposentou como ministro do STF em abril de 2023, perto de completar 75 anos

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Em uma cerimônia no Palácio do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou nesta quinta-feira (11) a escolha do ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski para comandar o Ministério da Justiça e Segurança Pública. Lewandowski substituirá Flávio Dino, que foi indicado por Lula para ocupar uma vaga no STF e teve seu nome aprovado pelo Senado.

Lula destacou o currículo e a experiência de Lewandowski, que foi “um extraordinário ministro da Suprema Corte” e aceitou o convite na quarta-feira (10). O presidente disse que a nomeação será publicada em 19 de janeiro e que o novo ministro tomará posse em 1º de fevereiro. Até lá, Flávio Dino permanecerá à frente da pasta, que ele conduziu de forma “magistral”, segundo Lula.

“Eu acho que ganha o Ministério da Justiça, ganha a Suprema Corte e ganha o povo brasileiro com essa dupla que está aqui do meu lado, cada um na sua função”, afirmou Lula, que estava acompanhado de Lewandowski, Flávio Dino, e da primeira-dama, Janja da Silva.

Lula também declarou que dará autonomia para que Lewandowski monte sua própria equipe na Justiça, mas que pretende conversar com ele em fevereiro sobre os nomes que ficarão ou sairão do ministério. O presidente comparou a situação a um técnico de futebol, que deve escalar seu próprio time e ser responsável pelos resultados.

“[Em 1º de fevereiro] Ele [Lewandowski] já vai ter uma equipe montada, ele vai conversar comigo e aí vamos discutir quem fica, quem sai, quem entra, quais são as novidades”, disse Lula.

Ao final da cerimônia, Lula revelou que a primeira-dama Janja espera que mulheres tenham mais espaço na nova gestão da Justiça, ao que Lewandowski respondeu: “Certamente”.

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Saúde

Menina de 8 anos se queixa de dores de cabeça, desmaia e morre após AVC

Maria Julia de Camargo Adriano estava na rede da casa onde morava em Ribeirão do Pinhal (PR) quando se queixou de dores na cabeça

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Uma tragédia abalou a família de Maria Julia de Camargo Adriano, de 8 anos, que morreu após sofrer um acidente vascular cerebral (AVC) no último sábado (6). A menina, que era natural de Paraná, tinha o sonho de ser veterinária e era muito inteligente e dedicada aos estudos.

Segundo relatos da família, Maria Julia começou a sentir fortes dores de cabeça e perdeu a consciência. Ela foi socorrida e levada ao hospital mais próximo, onde os médicos constataram que ela tinha um sangramento no cérebro.

Devido à gravidade do caso, ela precisou ser transferida duas vezes, até chegar ao Hospital Universitário (HU) de Londrina, onde ficou internada na Unidade de terapia intensiva (UTI). Apesar dos esforços da equipe médica, ela não resistiu e teve a morte confirmada na segunda-feira (8).

A causa do AVC foi um aneurisma, uma dilatação anormal dos vasos sanguíneos, que se rompeu e provocou uma hemorragia cerebral. A tia de Maria Julia, Adriana, disse que a menina não tinha nenhuma doença pré-existente e que os médicos consideraram o ocorrido uma fatalidade.

O AVC é uma condição que afeta principalmente adultos, especialmente aqueles que têm fatores de risco como diabetes, obesidade e tabagismo. Em crianças, é muito raro e pode estar associado a alguma má formação na estrutura corporal.

A médica neurologista Adriana Moro explicou que o AVC em crianças é difícil de ser diagnosticado, pois não é uma suspeita comum quando há alguma alteração neurológica. Ela alertou para a importância de reconhecer os sintomas do AVC, como dor de cabeça, fraqueza, alteração da fala e visão, e procurar atendimento médico imediato.

A família de Maria Julia está devastada com a perda da menina, que era alegre, carinhosa e amava os animais. Eles pedem orações e apoio neste momento de dor e luto.

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