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Economia

Brasil e Japão precisam estreitar laços para a retomada econômica

Durante reunião do conselho empresarial, representantes do setor privado discutiram os efeitos da pandemia de Covid-19 nas relações comerciais e as oportunidades de cooperação para que os países saiam da crise

Bandeira dividida de Japão e Brasil completando-se em uma só com fenda em diagonal da esquerda para a direita
Reunião da Cebraj discute os efeitos da pandemia nas relações comerciais e as oportunidades de cooperação para a retomada da economia

Representantes do setor privado do Brasil e do Japão afirmaram nesta terça-feira (29) que os dois países precisam estreitar laços e se empenhar para que as duas economias retomem o crescimento econômico sustentável e ampliem o fluxo de comércio e investimentos no pós-crise da pandemia desencadeada pelo novo coronavírus.

Durante reunião extraordinária do Conselho Empresarial Brasil-Japão (Cebraj), eles discutiram os efeitos da pandemia nas relações comerciais e as oportunidades de cooperação para a retomada da economia. O encontro foi virtual. Em função da pandemia, a reunião presencial em Tóquio que havia sido marcada para este ano foi postergada para 2021.

O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, afirmou que dados recentes apontam que a atividade industrial brasileira se aproxima das taxas verificadas no período pré-pandemia. Com isso, os empresários voltam a ter otimismo.

“Essa recuperação vai nos permitir retomar as discussões sobre a agenda de reformas, em especial a tributária, a administrativa e a do marco legal do gás. Temos também algumas agendas relativas à regulação, à privatização e a concessões de serviços públicos na infraestrutura”, afirmou.

Andrade ressaltou que, no âmbito internacional, as relações bilaterais devem “se revestir de um caráter mais ousado com avanço de pontos pais relevantes para o restabelecimento do fluxo de comércio e investimentos”. “Precisamos avançar na remoção de barreiras comerciais impostas a produtos brasileiros e no apoio ao pedido de acessão do Brasil à OCDE”, disse.

Presidente da seção japonesa do Cebraj, Masami Iijima, afirmou que empresários estão trabalhando para evitar a disseminação do vírus e, ao mesmo tempo, equilibrar a atividade econômica. “Não podemos ver com pessimismo esta situação, que é crítica, mas como oportunidade para vermos um novo mundo após a crise”, disse.

O embaixador do Brasil em Tóquio, Eduardo Paes Saboia, destacou que os países têm os desafios de ampliar comércio e investimentos. Nessa direção, disse, é preciso eliminar barreiras aos produtos brasileiros. Ele citou entraves ao etanol e à carne bovina brasileira no mercado nipônico, por exemplo. “Quanto aos investimentos, reformas estruturais, concessões e privatizações abrirão novas oportunidades e aumentarão o grau de previsibilidade para investimentos no Brasil”, reforçou.

Por: Cristiane Bonfanti – Agência CNI de Notícias

Economia

Aumento na conta de luz pode chegar a 13% com bandeira vermelha

Economistas ajustam previsões, destacando impacto significativo na tarifa de energia e nas projeções de inflação para 2024

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Contas de luz ficarão mais caras por causa da seca que afeta os reservatórios das hidrelétricas — Foto:Divulgação

A recente decisão da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) de implementar a bandeira vermelha patamar 2 para o setor elétrico pode elevar a conta de luz em até 13% neste mês, conforme previsão de economistas. Esse ajuste é influenciado por fatores como o consumo médio de energia por parte dos consumidores.

A bandeira vermelha 2, a mais alta da escala, foi acionada devido ao baixo nível dos reservatórios e à necessidade de acionar termelétricas, que apresentam um custo mais elevado. Esta decisão foi inesperada, especialmente por ter sido feita uma transição direta do patamar verde para o nível mais crítico.

Impactos na Inflação e Expectativas Econômicas

Com a aplicação da bandeira vermelha patamar 2, o acréscimo será de R$ 7,877 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos, o que poderá pressionar a inflação. O índice de preços ao consumidor (IPCA), que já havia alcançado o teto da meta de 4,5% até julho, poderá ultrapassar essa margem. A projeção para o IPCA de 2024 aumentou pela sétima semana consecutiva, passando de 4,25% para 4,26%, sem incluir ainda o impacto da nova bandeira.

O economista Homero Guizzo, da Terra Investimentos, estima um aumento de cerca de 13% no custo da energia em setembro, o que poderá adicionar 0,52 ponto percentual ao IPCA deste mês, resultando em uma inflação de 0,72%. Por outro lado, Mateus Cavaliere, da PSR Consultoria, prevê uma alta média de 10% nas contas de luz, com um aumento de R$ 16 para uma conta de 200 kWh/mês.

Luis Otávio Leal, economista-chefe da G5 Partners, antecipa um acréscimo de 12% e acredita que a bandeira não retornará ao patamar verde neste ano. Leonardo Costa, da ASA Investments, projeta um aumento médio de 11,5% na tarifa devido à seca prolongada, que afetou a geração de energia.

Perspectivas e Ajustes

Silvio Campos Neto, da Tendências Consultoria, espera um impacto de 0,43 ponto percentual na inflação, mas vê possibilidade de retorno à bandeira amarela até o final do ano, o que reduziria o impacto. Andréa Angelo, da Warren Investimentos, acredita que a bandeira vermelha 2 pode se repetir em outubro, com retorno ao nível amarelo nos últimos meses do ano, projetando uma inflação de 4,45% para 2024.

Maikon Perin, especialista da Ludfor Energia, prevê um reajuste superior a 10% em setembro devido ao acionamento da bandeira vermelha patamar 2. Ele observa que, embora os preços no mercado livre estejam altos, a situação pode incentivar a migração para esse ambiente de negociação mais competitivo.

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Economia

Governo prevê R$ 700 milhões em arrecadação com nova taxa sobre compras internacionais

A taxa, de 20% sobre produtos importados abaixo de US$ 50, complementa o ICMS sobre importações e faz parte de um pacote maior para equilibrar o orçamento

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Foto:Divulgação

A equipe econômica do governo brasileiro projeta arrecadar R$ 700 milhões neste ano com a implementação da nova taxa sobre compras internacionais, popularmente chamada de “taxa das blusinhas”. A cobrança, que se aplica a produtos importados com valor abaixo de US$ 50 (aproximadamente R$ 250), foi sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no final de junho e está em vigor desde agosto.

O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, destacou que a previsão de arrecadação consta no Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) para 2025, recentemente enviado ao Congresso Nacional. “O Remessa Conforme já foi aprovado e permitirá uma entrada adicional de cerca de R$ 700 milhões, o que é essencial para equilibrar o orçamento”, afirmou Durigan em coletiva de imprensa.

A nova taxa visa compensar parte dos custos relacionados à desoneração da folha de pagamentos, um benefício que abrange 17 setores econômicos e municípios com até 156 mil habitantes. O custo total desse benefício foi estimado em R$ 26 bilhões para 2024, podendo atingir até R$ 35 bilhões. A desoneração total está prevista para custar R$ 55 bilhões até 2027.

Além da taxa sobre compras internacionais, continua a vigorar o Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para importações. O governo também enviou ao Congresso uma proposta para aumentar a alíquota do imposto de renda sobre juros sobre capital próprio (JCP) e a Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL), com a expectativa de arrecadar R$ 20,947 bilhões.

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Economia

Volkswagen pode fechar fábricas na Alemanha pela primeira vez para reduzir custos

Volkswagen enfrenta desafios econômicos e avalia o fechamento de fábricas na Alemanha após 87 anos, em meio a dificuldades na transição para veículos elétricos

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Foto: Rede social

A Volkswagen AG, uma das maiores montadoras do mundo, está considerando fechar fábricas na Alemanha pela primeira vez em seus 87 anos de história. A medida, que visa reduzir custos, marca uma ruptura significativa no acordo existente com os sindicatos, que previa a manutenção de empregos até 2029.

A decisão surge em meio a desafios econômicos crescentes e à pressão de novos concorrentes no mercado europeu. Segundo Oliver Blume, CEO do Grupo Volkswagen, a Alemanha está perdendo competitividade como um polo de negócios. “O ambiente econômico tornou-se ainda mais difícil e novos atores estão pressionando na Europa”, afirmou Blume.

A Volkswagen, que enfrenta dificuldades na transição para veículos elétricos e uma queda nos gastos dos consumidores, tem buscado alternativas para cortar despesas, especialmente na sua principal marca de automóveis. As possíveis ações incluem o fechamento de pelo menos uma grande fábrica de automóveis e um centro de componentes na Alemanha, além de alterações nos acordos salariais.

Com cerca de 300 mil trabalhadores na Alemanha, a Volkswagen está no centro de uma potencial crise trabalhista, já que metade do conselho de supervisão da empresa é composta por representantes dos trabalhadores. Daniela Cavallo, chefe do comitê dos trabalhadores no Conselho de Administração, criticou a direção da VW, afirmando que as decisões recentes poderiam resultar em prejuízos para a empresa.

Conflitos sindicais anteriores já derrubaram altos executivos da Volkswagen, e este novo embate pode representar um grande desafio para a liderança atual. A empresa busca formas de aumentar a eficiência em suas operações domésticas, mas enfrenta resistência significativa dos sindicatos e do estado da Baixa Saxônia, que detém uma participação de 20% na companhia.

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