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Política

Ministra anuncia criação da Autoridade Nacional de Segurança Climática

Marina pede ações para país deixar de ser visto como pária ambiental

Marina Silva assumiu o MMA em uma das mais concorridas cerimônias dos últimos anos - Valter Campanato/Agência Brasil

Em uma das cerimônias de transmissão de cargo mais concorridas dos últimos anos, a deputada federal eleita por São Paulo Marina Silva assumiu, nesta quarta-feira (4), o Ministério do Meio Ambiente, quase 15 anos após ter deixado o comando da pasta no segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2008. A cerimônia foi acompanhada por centenas de pessoas que se apertaram no Salão Nobre do Palácio do Planalto. Muitos não puderam entrar devido à lotação do espaço. 

 Reconhecida internacionalmente por sua atuação na defesa da sustentabilidade, Marina Silva afirmou, em discurso que durou cerca de uma hora, que o Brasil virou um pária ambiental e que, nos últimos anos, houve um esvaziamento das estruturas de combate ao desmatamento e de políticas de mudança do clima.

Uma das novidades anunciadas pela ministra é a criação da Autoridade Nacional de Segurança Climática, autarquia que ficará vinculada à pasta, que agora passa a se chamar Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, mantendo a sigla MMA. A criação da Autoridade Nacional de Segurança Climática foi uma proposta trazida por Marina ainda durante as eleições e acolhida pelo então candidato Lula. Segundo a ministra, o projeto deve estar constituído até o fim de março. Também haverá um conselho de governo exclusivo para tratar do tema, sob comando do presidente da República.

“Até março deste ano, será formalizada a criação da Autoridade Nacional de Segurança Climática, no âmbito do Ministério do Meio Ambiente, além da criação de um conselho sobre mudança do clima, a ser comandado pelo próprio presidente da República, e com a participação de todos os ministérios que estão agora nesta Esplanada, da sociedade civil, dos estados e municípios. O conselho será o locus [lugar] central da concertação e pactuação das políticas brasileiras sobre mudança do clima e vai além da esfera federal”, afirmou.

“A emergência climática se impõe. Queremos destacar aquele que é o maior desafio global presentemente para a humanidade. Países, pessoas e ecossistemas mostram-se cada vez menos capazes de lidar com as consequências. Comprovadamente, os mais pobres são os mais afetados”, argumentou a ministra. De imediato, na nova estrutura ministerial instituída por decreto nesta semana, foi recriada a Secretaria Nacional de Mudança Climática, que inclui departamento de política para o oceano e gestão costeira.

Sobre a Autoridade Nacional, que tratará das emergências climáticas., Marina Silva explicou que terá como finalidade produzir subsídios para a execução e implementação da política nacional do clima, regular e monitorar a implementação de ações relativas às políticas e metas setoriais de mitigação, adaptação, promoção da resiliência às mudanças do clima, e supervisionar instrumentos, programas e ações para a implementação da política nacional sobre mudança do clima e seus planos setoriais. “A decisão do governo é que o desenho dessa autarquia seja submetido ao Congresso Nacional até o final do mês de abril”, anunciou.

Marina Silva abriu o discurso criticando a desestruturação sofrida pelo MMA nos últimos anos, quando perdeu funções para outras pastas. “O que constatamos foi um profundo processo de esvaziamento e enfraquecimento de órgãos ambientais. O MMA perdeu o Serviço Florestal Brasileiro e a Agência Nacional de Águas. A área de políticas de promoção do uso sustentável da sociobiodiversidade e do extrativismo, praticado por povos e comunidades tradicionais, também foram deslocados do MMA.” Na oportunidade, Marina também agradeceu e homenageou servidores públicos e parlamentares que atuaram na resistência contra o desmonte da agenda ambiental.  

Também foram criados na pasta departamentos voltados para a execução da política nacional de recursos hídricos e de proteção e defesa dos direitos animais. “O governo do presidente Lula, com o decreto da nova estrutura do MMA, põe fim à usurpação dessas funções que tinham o objetivo, diga-se a verdade, enfraquecer a gestão pública na área ambiental”, afirmou. 

Estarão vinculados ao ministério o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), o Instituto Chico Mendes da Biodiversidade (ICMBio), o Jardim Botânico do Rio de Janeiro, o Serviço Florestal Brasileiro, a Agência Nacional das Águas (ANA) e, futuramente, a Autoridade Nacional de Segurança Climática.

Outra novidade é a criação da Secretaria Extraordinária de Controle do Desmatamento e Ordenamento Territorial e Fundiário. Por diversas vezes, Marina Silva falou da necessidade da política ambiental ser executada de forma transversal entre as diferentes pastas. Ela prometeu retomar a realização da Conferência Nacional do Meio Ambiente e também da Conferência Infantojuvenil do Meio Ambiente. “Quero retomar o nosso compromisso e reconhecimento da participação social como elemento estratégico da atuação do Estado brasileiro em sua relação com a sociedade”.

“Não vamos nos tornar agricultura de baixo carbono da noite para o dia. Não é mágica. Não vamos fazer a transição energética da noite para o dia. Não é mágica. Não vamos conseguir a reindustrialização de base sustentável da noite para o dia. Não é mágica, mas vamos colocar as pilastras, num trabalho conjunto, unidos, todos nós.”

Marina ainda defendeu a necessidade de parcerias internacionais e de uma inserção do Brasil na agenda multilateral, para que o país deixe de ser visto como “pária ambiental” para ser considerado parceiro estratégico na produção de bens sustentáveis.

Por: Agência Brasil

Política

Trump reposta post acusando Kamala Harris de usar “b0quet3” para avançar na carreira

Donald Trump compartilhou uma postagem polêmica insinuando que Kamala Harris teria usado favores sexuais para avançar em sua carreira.

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Foto: Rede social

Donald Trump, candidato republicano à presidência dos Estados Unidos, causou nova controvérsia ao repostar uma publicação na plataforma Truth Social que faz insinuações ofensivas contra Kamala Harris, atual vice-presidente dos EUA e sua adversária na corrida presidencial. O post original, publicado em 28 de agosto, sugeria que Harris teria usado favores sexuais para avançar em sua carreira política.

A postagem menciona um relacionamento passado de Kamala Harris com Willie Brown, ex-prefeito de São Francisco, insinuando que isso teria ajudado a alavancar sua trajetória política. Além de Harris, a publicação também faz referência a Hillary Clinton, adversária de Trump nas eleições de 2016, trazendo à tona o escândalo envolvendo seu marido, o ex-presidente Bill Clinton, e Monica Lewinsky, uma estagiária da Casa Branca na década de 1990.

O assessor sênior da campanha de Trump, Jason Miller, afirmou à CNN que viu a publicação, mas que não discutiu o conteúdo com Trump, sugerindo que o ex-presidente pode não ter lido o comentário ofensivo. Durante a campanha, Trump já havia se referido a Kamala Harris com termos depreciativos, como “louca” e “burra como uma pedra”, além de questionar sua identidade racial.

A ação de Trump em compartilhar o post gerou críticas e reacendeu o debate sobre o uso de ataques pessoais e difamação na política americana, especialmente no contexto de uma campanha presidencial acirrada.

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Maduro convoca MST para contribuir com produção agrícola na Venezuela

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Foto: Divulgação

Em um gesto de colaboração internacional, Nicolás Maduro recebeu uma delegação do Movimento Sem Terra (MST) do Brasil durante a XI Cúpula da Aliança Bolivariana Para os Povos da Nossa América (ALBA-TCP). O encontro, realizado na terça-feira (27/8), foi marcado por um convite direto de Maduro para que o MST se envolva na produção agrícola venezuelana.

Usando um boné do MST durante seu discurso, Maduro expressou sua gratidão pela visita e fez um apelo por uma “brigada de mil homens e mulheres” do movimento. “Convido o MST a trazer uma equipe de seus agricultores para ajudar na produção na Venezuela,” afirmou Maduro. “Gostaria que vocês enviassem uma brigada de mil pessoas para trabalhar conosco em nosso solo,” completou.

Esse convite surge em meio a uma crise política na Venezuela, agravada pela recente reeleição de Maduro, cuja legitimidade é questionada tanto pela oposição interna quanto pela comunidade internacional. As autoridades venezuelanas ainda não divulgaram documentos eleitorais que possam validar ou refutar a vitória de Maduro.

O clima de incerteza é intensificado por alegações de irregularidades apontadas pelo reitor do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela, responsável pela supervisão das eleições. Este cenário contribui para um ambiente de crescente tensão política no país.

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Boulos apaga vídeo com hino nacional em linguagem neutra

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Foto: Rede social


Críticas nas redes sociais levam à retirada do vídeo de comício em São Paulo, onde hino foi adaptado para linguagem neutra

Após uma onda de críticas nas redes sociais, a campanha do candidato do PSol à Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos, retirou do ar um vídeo de um comício em que o hino nacional foi cantado em linguagem neutra. O evento ocorreu no sábado, 24 de agosto, no Campo Limpo, zona sul da capital paulista, e contou com a presença de figuras políticas de destaque, como o ex-presidente Lula e Marta Suplicy, candidata a vice na chapa de Boulos.

No vídeo, transmitido ao vivo na página de Boulos no YouTube, a cantora Yurungai, responsável pela execução do hino, alterou a última estrofe, substituindo “dos filhos deste solo és mãe gentil” por “des files deste solo…”. Essa mudança gerou controvérsia, dado que a Lei nº 5.700/1971 estabelece que o hino nacional deve ser executado integralmente e com respeito, sem arranjos vocais que alterem sua composição original.

A campanha de Boulos foi procurada para comentar a alteração no hino, mas ainda não se manifestou sobre o ocorrido. A polêmica envolvendo a performance durante o comício reacendeu debates sobre o uso da linguagem neutra em eventos oficiais, especialmente quando se trata de símbolos nacionais como o hino.

Yurungai, cantora e compositora que reinterpretou o hino, descreve sua obra como uma fusão da música popular brasileira com influências africanas. No entanto, a adaptação feita durante o comício ao lado de Boulos, Lula e Marta Suplicy provocou reações acaloradas, levando a campanha a apagar o vídeo que estava disponível até a manhã desta terça-feira, 27 de agosto.

A discussão sobre a linguagem neutra, que visa evitar o uso de termos que designam gênero masculino ou feminino, continua a polarizar opiniões, especialmente em contextos políticos e culturais como este.

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