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Brasil

TCU determina que Bolsonaro entregue joias masculinas em até 5 dias

Decisão foi anunciada nesta quarta-feira, em reunião plenária da corte

Twittter/Reprodução

O Tribunal de Contas da União (TCU) estipulou um prazo de cinco dias úteis para o ex-presidente da República Jair Bolsonaro devolver à União as joias masculinas que supostamente recebeu de presente do governo da Arábia Saudita.

A decisão, unânime, foi anunciada ontem (15), durante a reunião plenária da corte. Por sugestão do relator do processo instaurado para apurar a entrada ilegal das joias no Brasil, ministro Augusto Nardes, Bolsonaro ou seus representantes deverão entregar o conjunto de joias à Secretaria-Geral da Presidência da República, anexando ao processo cópia do comprovante da entrega. O ex-presidente também terá que entregar o fuzil e a pistola que admitiu ter ganhado de presente de representantes dos Emirados Árabes, em 2019.

Em seu voto, Nardes destacou que, como as investigações ainda estão em andamento, o TCU terá que voltar a analisar a questão em outro momento para propor uma solução definitiva para o caso.

“Novas ocorrências têm sido reportadas diariamente, com diferentes explicações [por parte] dos envolvidos, razão pela qual é essencial que este tribunal [aguarde] o resultado das investigações em curso para uma deliberação segura e definitiva”, acrescentou o ministro, desqualificando o pedido apresentando pela defesa de Bolsonaro, que, na segunda-feira (13), pediu ao TCU que recebesse e guardasse as joias masculinas que estão com ele.

“Em relação ao pleito do ex-presidente, cabe ressaltar que esta Casa não tem jurisprudência no sentido de receber joias ou demais objetos de valor. Por falta de amparo legal, não cabe a este tribunal recebê-las. Até porque, já há normativas com os procedimentos a serem adotados em caso de presentes recebidos por autoridades públicas”, oobservou Nardes.

Ao pedir que o TCU recebesse e guardasse os objetos, a defesa de Bolsonaro tornou público que a caixa contendo um relógio de pulso; um par de abotoaduras; uma caneta; um anel e uma espécie de terço (uma masbaha) não declarados à Receita Federal estão, de fato, com o ex-presidente da República.

Inicialmente, Bolsonaro disse que não tinha conhecimento das joias. Depois, admitiu a jornalistas que os “presentes” foram dados à comitiva liderada pelo então ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, que viajou à Arábia Saudita em outubro de 2021, em missão oficial. Bolsonaro chegou a dizer à emissora CNN que as joias masculinas tinham sido incluídas ao seu acervo privado, sem deixar claro se, com isso, levou-as consigo ao deixar a Presidência da República. Em seu pedido ao TCU, a defesa do ex-presidente acrescentou que o requerimento para que a corte guardasse as joias “volta-se a deixar consignado que o peticionário [Bolsonaro] em momento algum pretendeu locupletar-se ou ter para si bens que pudessem, de qualquer forma, ser havidos como públicos”.

Nada a declarar

Documentos oficiais, imagens gravadas pela Receita Federal e depoimentos dos próprios envolvidos revelam que o então ministro Bento Albuquerque e sua comitiva desembarcaram com as joias no Brasil no dia 26 de outubro de 2021.

Além das joias masculinas não declaradas à Receita, Albuquerque e os dois assessores que viajaram com ele (o ex-chefe da Assessoria Especial de Relações Internacionais do ministério, Christian Vargas, e o ex-chefe do escritório de Representações da pasta no Rio de Janeiro, Marcos André Soeiro) trouxeram ao Brasil um kit de joias femininas avaliadas em cerca de 3 milhões de euros (aproximadamente R$ 16,5 milhões).

De acordo com o ex-ministro, os representantes do governo brasileiro participaram de uma série de eventos em Riad, na Arábia Saudita, onde se reuniram com empresários e autoridades públicas sauditas, incluindo o príncipe regente, Mohammed bin Salman. Ainda segundo Albuquerque, perto do fim da viagem, seus interlocutores o presentearam com duas caixas que nem ele nem os dois assessores abriram para conferir o conteúdo.

Ao desembarcar no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, Albuquerque e Soeiro informaram à Receita Federal que não tinham nenhum objeto de valor a declarar. Soeiro, contudo, foi selecionado, aleatoriamente, para ter sua bagagem inspecionada. Foi então que o agente da Receita encontrou uma das duas caixas, contendo as valiosas peças femininas (um colar, um anel, um relógio e um par de brincos de diamantes).

As câmeras de segurança do aeroporto registraram a inspeção da bagagem de Soeiro, bem como o momento em que o então ministro Bento Albuquerque, alertado de que o assessor tinha sido parado, retorna à área da alfândega. Recentemente exibido pela TV Globo, o vídeo contém o áudio do próprio Albuquerque explicando aos servidores da Receita que as joias eram um presente que “vai entrar lá para a primeira-dama [Michelle Bolsonaro].”

Como Soeiro e Albuquerque tinham informado não ter nada a declarar às autoridades alfandegárias, os agentes da aduana seguiram a lei, apreendendo as joias femininas, que desde então estão sob a guarda da Receita Federal. As joias masculinas, no entanto, não foram percebidas e Albuquerque e seus assessores entraram no país com elas, apesar das orientações dos agentes alfandegários.

De acordo com a Receita, todo viajante que chega ao Brasil deve declarar bens pessoais cujo valor ultrapasse US$ 1 mil. Já os agentes públicos devem declarar os bens que não sejam para uso pessoal como pertencentes ao Estado brasileiro.

Conforme a Agência Brasil noticiou, documentos indicam que, em 29 de novembro de 2022, ou seja, mais de um ano após a comitiva de Albuquerque trazer as joias ao país, um representante do Ministério de Minas e Energia entregou o kit masculino ao Gabinete Adjunto de Documentação Histórica, órgão da Presidência da República responsável por, entre outras ações, analisar os presentes recebidos por autoridades brasileiras e dizer se são objetos de uso pessoal ou destinados ao Estado brasileiro em função do valor histórico, cultural e financeiro.

Desde o último dia 7, a Agência Brasil vem pedindo ao Palácio do Planalto e a pessoas próximas ao ex-presidente Jair Bolsonaro informações sobre a decisão do gabinete e destinação dada às joias masculinas, mas ainda não recebeu resposta oficial.

“Não há dúvida de que se trata de presente oficial, protocolar, destinado ao governo brasileiro. Ou seja, por detrás da primeira-dama ou do presidente da República está o Estado nacional. Então, não há sentido em que as joias ofertadas à [ex-] primeira-dama [fiquem] sob a guarda da Receita Federal. Estas joias, como todos os outros presentes, também têm que ser entregues à Presidência da República, catalogadas e passar a integrar o patrimônio público sob a guarda da Presidência”, propôs o ministro do TCU Walton Alencar Rodrigues durante a sessão desta tarde.

Por: Agência Brasil

Curiosidades

Toyota Corolla de 1993 atinge 2 milhões de quilômetros com motor original

Mesmo com a quilometragem impressionante e a idade avançada do carro, Hebley não tem planos de aposentá-lo tão cedo

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Foto: Newshub

O neozelandês Graeme Hebley estabeleceu um marco impressionante com seu Toyota Corolla de 1993, que já percorreu mais de 2 milhões de quilômetros mantendo o motor e a transmissão originais. Hebley adquiriu o veículo em 2000, quando ele já havia rodado cerca de 80 mil quilômetros. Desde então, o carro se tornou seu fiel companheiro no trabalho como entregador de jornais, ajudando-o a percorrer quase 5 mil quilômetros por semana.

A longevidade do Corolla, que continua em uso diário, é atribuída tanto à durabilidade do veículo quanto ao cuidado minucioso de Hebley. Ele realiza revisões a cada duas semanas em uma oficina local, onde os mecânicos ficaram surpresos com a quilometragem acumulada. John Sherman, mecânico da Guthrie’s Auto Care, confessou que, se não tivesse trabalhado no carro, teria dificuldade em acreditar que ele chegou a 2 milhões de quilômetros sem problemas significativos.

O feito de Hebley é ainda mais notável quando comparado a outros veículos que atingiram quilometragens elevadas. Embora o recorde mundial seja mantido por um Volvo P1800S, que percorreu mais de 5 milhões de quilômetros, esse carro precisou de duas reconstruções de motor ao longo de sua vida. Em contraste, o Corolla de Hebley continua rodando com seu motor original.

Mesmo com a quilometragem impressionante e a idade avançada do carro, Hebley não tem planos de aposentá-lo tão cedo. “Sinceramente, acho que ele vai durar para sempre”, disse ele em entrevista ao Newshub.

Além do Toyota Corolla de Hebley, outro carro que se destaca pela alta quilometragem com motor original é um Honda Accord de 2003, que atingiu cerca de 1,6 milhão de quilômetros. Contudo, o desempenho do Corolla de 1993 permanece excepcional, demonstrando a resistência e qualidade da engenharia automotiva da Toyota.

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Saúde

Homem de 34 anos sofre infarto após consumir dois energéticos por dia

Os médicos alertam sobre os riscos das bebidas energéticas, que elevam a frequência cardíaca e podem causar desidratação e arritmia

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Foto:Divulgação

Aaron Shreve, um inglês de 34 anos, sofreu um infarto no início de 2024 após consumir duas ou três latas de energéticos diariamente por vários meses. Sua esposa, Meagan, compartilhou a situação no TikTok, revelando que Aaron também tomava café regularmente, embora a família não saiba exatamente quando ele começou a consumir energéticos de forma habitual.

Em janeiro, Aaron relatou à esposa que estava sentindo o coração acelerado, o que levou Meagan a chamar imediatamente o resgate. Quando a ambulância chegou, Aaron desmaiou e foi direto para a UTI, onde os médicos realizaram várias massagens cardíacas, resultando em fraturas nas costelas.

O infarto de Aaron foi grave, exigindo uma hospitalização de cinco semanas. Os médicos diagnosticaram que o consumo excessivo de energéticos e a baixa ingestão de água causaram desidratação e arritmia, culminando no infarto.

Embora Aaron tenha se recuperado após semanas de monitoramento, os médicos recomendaram a redução do consumo de energéticos. Essas bebidas são conhecidas por elevarem o nível de açúcar no sangue e contêm estimulantes como cafeína e taurina, que aumentam a frequência cardíaca por até 45 minutos. Com cerca de 200 mg de cafeína por lata, consumir duas já atinge o máximo diário recomendado para adultos.

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Economia

Aumento na conta de luz pode chegar a 13% com bandeira vermelha

Economistas ajustam previsões, destacando impacto significativo na tarifa de energia e nas projeções de inflação para 2024

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Contas de luz ficarão mais caras por causa da seca que afeta os reservatórios das hidrelétricas — Foto:Divulgação

A recente decisão da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) de implementar a bandeira vermelha patamar 2 para o setor elétrico pode elevar a conta de luz em até 13% neste mês, conforme previsão de economistas. Esse ajuste é influenciado por fatores como o consumo médio de energia por parte dos consumidores.

A bandeira vermelha 2, a mais alta da escala, foi acionada devido ao baixo nível dos reservatórios e à necessidade de acionar termelétricas, que apresentam um custo mais elevado. Esta decisão foi inesperada, especialmente por ter sido feita uma transição direta do patamar verde para o nível mais crítico.

Impactos na Inflação e Expectativas Econômicas

Com a aplicação da bandeira vermelha patamar 2, o acréscimo será de R$ 7,877 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos, o que poderá pressionar a inflação. O índice de preços ao consumidor (IPCA), que já havia alcançado o teto da meta de 4,5% até julho, poderá ultrapassar essa margem. A projeção para o IPCA de 2024 aumentou pela sétima semana consecutiva, passando de 4,25% para 4,26%, sem incluir ainda o impacto da nova bandeira.

O economista Homero Guizzo, da Terra Investimentos, estima um aumento de cerca de 13% no custo da energia em setembro, o que poderá adicionar 0,52 ponto percentual ao IPCA deste mês, resultando em uma inflação de 0,72%. Por outro lado, Mateus Cavaliere, da PSR Consultoria, prevê uma alta média de 10% nas contas de luz, com um aumento de R$ 16 para uma conta de 200 kWh/mês.

Luis Otávio Leal, economista-chefe da G5 Partners, antecipa um acréscimo de 12% e acredita que a bandeira não retornará ao patamar verde neste ano. Leonardo Costa, da ASA Investments, projeta um aumento médio de 11,5% na tarifa devido à seca prolongada, que afetou a geração de energia.

Perspectivas e Ajustes

Silvio Campos Neto, da Tendências Consultoria, espera um impacto de 0,43 ponto percentual na inflação, mas vê possibilidade de retorno à bandeira amarela até o final do ano, o que reduziria o impacto. Andréa Angelo, da Warren Investimentos, acredita que a bandeira vermelha 2 pode se repetir em outubro, com retorno ao nível amarelo nos últimos meses do ano, projetando uma inflação de 4,45% para 2024.

Maikon Perin, especialista da Ludfor Energia, prevê um reajuste superior a 10% em setembro devido ao acionamento da bandeira vermelha patamar 2. Ele observa que, embora os preços no mercado livre estejam altos, a situação pode incentivar a migração para esse ambiente de negociação mais competitivo.

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