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Saúde

Novembro Roxo: prematuridade é principal causa da mortalidade infantil

O bebê é prematuro quando nasce antes da 37ª semana de gravidez

Marcello Casal Jr/Agência Brasil

O parto prematuro é a principal causa global da mortalidade infantil antes dos 5 anos de idade e o Brasil é o 10º colocado no ranking mundial dos países com mais nascimentos prematuros. O bebê é considerado prematuro quando nasce antes da 37ª semana de gravidez – uma gestação completa varia entre 37 e 42 semanas. 

Por isso, a campanha Novembro Roxo – que tem 17 de novembro como o Dia Mundial da Prematuridade – leva um alerta às famílias e à sociedade sobre o crescente número de partos prematuros, suas causas e consequências. De acordo com o Ministério da Saúde, todo ano são registrados em torno de 340 mil nascimentos prematuros no Brasil, o equivalente a seis casos a cada dez minutos. 

Levantamento feito pela ONG Prematuridade.com, única organização sem fins lucrativos nacional dedicada à causa da prematuridade, mostrou que, para 95,4% dos brasileiros, as políticas públicas relacionadas à prematuridade devem ter alta prioridade, sendo 74,1% afirmando que essa priorização deve ser muito alta e 21,3%, alta. A Pesquisa de Opinião sobre a Prematuridade foi realizada de forma online, entre os dias 3 de agosto e 20 de setembro, e registrou 1.433 participações de pessoas de todo o Brasil.

“Nosso objetivo, com esse levantamento, foi avaliar a percepção e o grau de conhecimento das pessoas sobre o tema, já que estamos falando de um dos problemas sociais mais graves do país, que ainda é desconhecido por muitos”, afirmou  a diretora executiva da ONG Prematuridade.com, Denise Suguitani.

Denise disse ainda que a pesquisa evidenciou que a grande maioria dos brasileiros acredita que a prematuridade é um problema de saúde pública. “E deve ser olhado com mais atenção pelo governo, pelas políticas públicas e por quem toma as decisões”.

Desconhecimento

Problema de saúde pública, a prematuridade ainda é cercada por desinformação. O levantamento da ONG Prematuridade.com mostra que 30% das mães e pais de bebês prematuros desconheciam totalmente o tema antes de eles mesmos passarem por essa experiência; 30% conheciam muito pouco e 28% possuíam praticamente nenhum conhecimento sobre o assunto. 

“Aqueles pais de prematuros que responderam a pesquisa e que passaram pela experiência, disseram que antes de ter um prematuro tinham pouquíssimas informações a respeito disso. Então, quer dizer que a gente precisa falar mais durante o pré-natal, informar as mulheres em idade fértil, trazer o tema à tona para toda sociedade para que, caso venha a acontecer um parto prematuro, os riscos sejam menores, tanto para mãe quanto para o bebê”, destacou Denise.

Ela acrescentou que a importância de incluir o tema da prematuridade na formação e na capacitação contínua de profissionais de saúde que atuam na fase anterior ao parto, “Como os profissionais da Atenção Básica, para que possam informar as famílias, de maneira adequada e acolhedora, que muitas vezes um parto prematuro pode acontecer, mesmo sem sinais prévios”, afirma Denise.

A pesquisa também mostrou que a maior parte dos participantes (55,6%) desconhecia o fato de que o parto prematuro é hoje a principal causa global da mortalidade infantil antes dos 5 anos de idade. Já sobre o Brasil ser o 10º colocado no ranking mundial de partos prematuros, 64,6% desconhecem essa realidade, contra 35,4% que informaram ter ciência a respeito.

Impactos da prematuridade

Uma situação preocupante envolve os bebês chamados “termo precoce”, nascidos entre a 37ª e a 38ª semanas gestacionais, muitos deles de cesáreas eletivas, ou seja, quando não há indicação técnica para esse tipo de parto. Pesquisas na área apontam que os nascidos nesse perfil podem apresentar resultados de saúde mais semelhantes aos nascidos prematuros do que aos nascidos no período “a termo”, com mais de 39 semanas de gestação.

Outro levantamento feito pela ONG Prematuridade.com, em 2019, com mais de 4 mil famílias, identificou que o tempo médio de permanência do bebê prematuro na UTI neonatal, após o nascimento, é de 51 dias.

“É uma situação que impacta diretamente a saúde pública e afeta, muitas vezes de forma irreversível, os pais e os bebês, tanto física quanto emocionalmente”, destaca Denise. “Por isso, é cada vez mais evidente a necessidade de grandes campanhas de conscientização sobre o assunto, além de políticas públicas que visem a redução do número de partos prematuros, fortalecendo programas de educação sexual na adolescência, planejamento familiar e acompanhamento pré-natal de qualidade”.

Novembro Roxo

Ao longo do mês de novembro, a ONG Prematuridade.com fará uma série de atividades, online e presenciais, em alusão à campanha mundial.

“A campanha do Novembro Roxo deste ano tem como slogan o “Garanta o contato pele a pele com os pais do bebê prematuro desde o momento do nascimento”. Sabemos que cada caso deve ser avaliado separadamente, mas que muitas vezes é possível, por mais que seja um bebê bem prematuro, é possível esse contato imediato de mãe com bebê, o pele a pele, o cheiro, o toque, a voz, o batimento cardíaco e o quanto isso impacta na saúde integral, tanto física quanto emocional desse bebê e isso tem impacto a longo prazo. O método canguru traz muitos benefícios”, afirmou Denise. 

A campanha pretende sensibilizar a população em geral, os parlamentares, os gestores públicos e as empresas. “Todo mundo é tocado pela prematuridade de alguma forma, mesmo que não tenha entre os amigos ou a família um bebê prematuro, todos nós somos afetados porque é a principal causa de mortalidade infantil, o Brasil é o 10º país no ranking de prematuridade e e tem um impacto gigante nos cofres públicos, por isso a gente acredita que conseguiremos unir forças nesse novembro para mostrar que é importante, e que a gente pode e deve fazer coisas para mudar esse cenário aqui no país”, finalizou a diretora da Ong Prematuridade.com.

Programação: 

– 5 de novembro: Ciclo de palestras para as famílias – YouTube e Facebook 

-12 e 13 de novembro: Virada Cultural Online da Prematuridade – (YouTube)

– 17 de novembro – Maratona de lives do Dia Mundial da Prematuridade – Instagram, , YouTube , Facebook  e LinkedIn 

– 18 e 19 de novembro: Evento online da Liga Interdisciplinar ONG Prematuridade.com – YouTube e Facebook 

– 19 de novembro: Caminhada no Parque dos Coqueiros, em Florianópolis (SC), às 9h

– 20 de novembro: Caminhada no Parque da Redenção, em Porto Alegre (RS), às 10h, Encontro da Prematuridade no Eixão Sul em Brasília – concentração às 8h, caminhada às 9h

– 27 de novembro: Caminhada da Prematuridade de SP, 10h, em frente ao MASP, na Avenida Paulista

Por: Agência Brasil

Saúde

Homem de 34 anos sofre infarto após consumir dois energéticos por dia

Os médicos alertam sobre os riscos das bebidas energéticas, que elevam a frequência cardíaca e podem causar desidratação e arritmia

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Foto:Divulgação

Aaron Shreve, um inglês de 34 anos, sofreu um infarto no início de 2024 após consumir duas ou três latas de energéticos diariamente por vários meses. Sua esposa, Meagan, compartilhou a situação no TikTok, revelando que Aaron também tomava café regularmente, embora a família não saiba exatamente quando ele começou a consumir energéticos de forma habitual.

Em janeiro, Aaron relatou à esposa que estava sentindo o coração acelerado, o que levou Meagan a chamar imediatamente o resgate. Quando a ambulância chegou, Aaron desmaiou e foi direto para a UTI, onde os médicos realizaram várias massagens cardíacas, resultando em fraturas nas costelas.

O infarto de Aaron foi grave, exigindo uma hospitalização de cinco semanas. Os médicos diagnosticaram que o consumo excessivo de energéticos e a baixa ingestão de água causaram desidratação e arritmia, culminando no infarto.

Embora Aaron tenha se recuperado após semanas de monitoramento, os médicos recomendaram a redução do consumo de energéticos. Essas bebidas são conhecidas por elevarem o nível de açúcar no sangue e contêm estimulantes como cafeína e taurina, que aumentam a frequência cardíaca por até 45 minutos. Com cerca de 200 mg de cafeína por lata, consumir duas já atinge o máximo diário recomendado para adultos.

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Saúde

Nova pandemia à vista? Entenda a nova cepa de Mpox

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Foto: divulgação

A rápida disseminação da mpox anteriormente chamada de varíola dos macacos — em algumas partes da África levou à declaração de emergência global. A descoberta da nova cepa potencialmente mais mortal, conhecida como clado 1b, elevou as preocupações sobre a doença, mas muitas perguntas ainda permanecem sem resposta.

A nova cepa do vírus, que foi identificada pela primeira vez fora da África na Tailândia, está causando alarme devido à sua possível maior virulência. No entanto, não há dados conclusivos sobre sua contagem de casos, taxa de mortalidade ou se ela pode se transformar em uma pandemia.

O que é a doença?
mpox é uma doença causada pelo mpox vírus (MPXV), do gênero Orthopoxvirus e família Poxviridae. Trata-se de uma doença zoonótica viral. Sua transmissão em humanos pode ocorrer por meio do contato com:

– materiais contaminados com o vírus; 
– pessoa infectada pelo mpox vírus.

A principal forma de transmissão da mpox é por meio do contato próximo e prolongado (abraços, beijos, relação sexual) quando existem lesões na pele tais como erupções cutâneas, crostas, feridas e bolhas ou fluidos corporais (como secreções e sangue) em uma pessoa infectada. 

A infecção também pode ocorrer no contato com objetos recentemente infectados, como roupas, toalhas, roupas de cama, ou objetos como utensílios e pratos, que foram contaminados com o vírus pelo contato com uma pessoa doente. 

Quais são os sinais e sintomas da mpox?

  • Erupções cutâneas ou lesões de pele (como bolhas, feridas com casca ou não);
  • Adenomegalias, que se caracterizam por linfonodos inchados e também são denominados de “ínguas”;
  • Febre;
  • Dores no corpo;
  • Dor de cabeça;
  • Calafrio.

Profissionais da saúde / Foto: Divulgação

Há ocorrência da doença no Brasil?

O surto apresenta baixo nível de transmissão fora do continente africano até o momento. Em 2024, foram notificados 709 casos confirmados ou prováveis da doença no Brasil, sendo 85% do sexo masculino e 42,2% pessoas vivendo com HIV/Aids. Este número é significativamente menor comparado aos mais de 10 mil casos notificados em 2022, durante o pico da doença no país. Desde 2022, foram registrados 16 óbitos, com o mais recente ocorrendo em abril de 2023. Até o momento, não há registro de casos da nova variante no Brasil.

A epidemia de mpox são classificados de acordo com seus “clados”, ou ramificações genéticas. O clado 1a continua a ser predominante na República Democrática do Congo, enquanto o clado 1b tem se espalhado rapidamente em países vizinhos. A transmissão do clado 1b tem sido associada principalmente a atividades sexuais e contato próximo, diferentemente do clado 1a, que se espalha por meio do consumo de carne de animais selvagens.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) classifica o clado 1b como uma das principais razões para a emergência global, mas não se espera que a mpox alcance o nível de pandemia da COVID-19. Especialistas alertam que, apesar da gravidade dos surtos atuais, a resposta deve ser adaptativa e focada em controlar a propagação localmente antes que possa se espalhar amplamente.

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Saúde

Erro médico faz mulher tratar por 6 anos câncer inexistente

Justiça de São Paulo condenou a Amico Saúde, empresa médica de São Bernardo do Campo a pagar R$ 200 mil de indenização à paciente

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Foto: Reprodução

Uma mulher de São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, recebeu uma indenização de R$ 200 mil da Amico Saúde, empresa médica que a submeteu a um tratamento de quimioterapia por seis anos por uma metástase óssea que nunca existiu. A Justiça de São Paulo considerou que houve erro médico de diagnóstico e tratamento, que causou danos físicos e psicológicos à paciente.

A mulher, que tinha 54 anos em 2010, foi diagnosticada corretamente com câncer de mama e fez uma mastectomia. Porém, em outubro do mesmo ano, um novo exame indicou que ela tinha metástase óssea, ou seja, que o câncer havia se espalhado para os ossos. Ela então iniciou um tratamento de quimioterapia, que continuou mesmo após mudar de plano de saúde em 2014.

Em 2017, os médicos do novo plano de saúde desconfiaram do diagnóstico e pediram um exame mais preciso, chamado PetScan, que revelou que a mulher não tinha metástase óssea. O resultado foi confirmado por outro exame em 2018 e por um laudo pericial do Instituto de Medicina Social e de Criminologia de São Paulo.

Um exame feito em 2010, na mesma época em que ela começou a quimioterapia, já havia apontado que a probabilidade de ela ter metástase óssea era baixa, mas esse dado foi ignorado pelos médicos da Amico Saúde. A Justiça não conseguiu explicar por que a mulher foi tratada de forma equivocada por tanto tempo, se por negligência ou por economia.

A mulher relatou que sofreu muito com os efeitos colaterais da quimioterapia, como dor, insônia, perda óssea, perda de dentes e limitação dos movimentos da perna. Ela também disse que viveu uma grande angústia psicológica, achando que iria morrer a qualquer momento. “Cada sessão de quimioterapia se tornava um verdadeiro tormento à autora, porque a medicação é muito forte e possui inúmeros efeitos colaterais”, afirmou a defesa da paciente.

A sentença que condenou a Amico Saúde a pagar R$ 200 mil de indenização foi dada em primeira instância e confirmada pelo Tribunal de Justiça. O relator do recurso, o desembargador Edson Luiz de Queiroz, destacou que “a paciente foi levada a sofrimento que poderia ter sido evitado”.

No final de 2023, a Amico Saúde fez um acordo com a mulher e pagou os R$ 200 mil.

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