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Saúde

Pesquisa indica espaço para avançar na adesão de adultos à vacinação

Foram ouvidos 9.902 adultos no Brasil e em mais oito países

Tomaz Silva/Agência Brasil

Uma pesquisa realizada com entrevistados com mais de 50 anos de idade em nove países, incluindo o Brasil, indica que, apesar de preocupadas com a saúde, essas pessoas nem sempre buscam as vacinas disponíveis para se protegerem contra doenças imunopreveníveis.

Para o gerente médico de vacinas da farmacêutica GSK e infectologista Emersom Mesquita, não existe necessariamente uma contradição entre o número de pessoas que se preocupam em fazer check-up de rotina e a alta proporção de pessoas que negligenciam vacinas.

“Isso aponta para o fato de que ainda existe um espaço para o crescimento da importância da imunização do adulto de forma geral. É muito tentador tentar estabelecer uma causa única, mas esse problema da adesão à vacinação sem dúvida é multivariado. Um dos fatores é a percepção de risco. O adulto entende que está saudável e que mesmo que adquira aquela doença infecciosa, não vai evoluir para complicações, quando isso não necessariamente é verdade”, avalia.

O estudo foi realizado pela Kantar, em parceria com a GSK, que produz e comercializa vacinas. Foram ouvidos 9.902 adultos no Brasil, Reino Unido, Estados Unidos, Itália, Espanha, Alemanha, França, Canadá e Japão.

Uma das conclusões que mostram a preocupação dos entrevistados com a saúde é que 81% deles declararam ter feito check-up de rotina nos últimos 5 anos. No Brasil, esse percentual foi ainda maior, e chegou a 89%.

A adesão dos entrevistados à vacina contra a covid-19 também foi considerada positiva: 88% receberam ao menos uma dose do imunizante. Contudo, quando outras vacinas são consideradas, esse número cai substancialmente.

Entre os que responderam ao questionário online nos nove países, somente 56% receberam a vacina da gripe alguma vez nos 5 anos anteriores. Vale ponderar que a pesquisa inclui pessoas com mais de 50 anos de idade, enquanto, no Brasil, a vacina contra a gripe tem como população-alvo os adultos de ao menos 60 anos de idade, entre outros grupos.

O percentual de entrevistados que tomou a vacina contra a pneumonia foi de apenas 14%, e os que se imunizaram contra a herpes zoster chega a apenas 10%. No caso do Brasil, a vacina contra a pneumonia é indicada no Programa Nacional de Imunizações para pessoas a partir dos 60 anos de idade em condições clínicas especiais, como acamados, hospitalizados ou institucionalizados. Para os demais, a vacinação pode ser obtida apenas em clínicas privadas. Já a vacina contra a herpes zoster não está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) e só pode ser obtida na rede particular.

A pesquisa indica ainda que os profissionais de saúde são uma peça importante na adesão à vacinação, porque 71% dos entrevistados consideram esses profissionais uma fonte-chave de informação.

Além dos 9,9 mil pacientes, a pesquisa ouviu ainda 685 profissionais de saúde nos mesmos países, e 72% deles afirmam que costumam dizer aos seus pacientes que eles estão na faixa etária recomendada para uma vacina. Além disso, 74% dos profissionais da saúde costumam dizer aos seus pacientes que, devido à idade, eles estão em risco aumentado de doenças infecciosas, mesmo que se sintam saudáveis.

Apesar disso, o estudo aponta que nem sempre essa é a melhor abordagem de comunicação. Segundo os pesquisadores, os dados sinalizam que a informação “você precisa de uma vacina porque você está envelhecendo” não motiva os pacientes, enquanto a recomendação “impulsionar o seu sistema imunológico coloca você de volta no controle” é recebida de forma mais positiva.

“Podemos ver que diferentes formas de comunicar são capazes de produzir impactos diferentes com relação à motivação do usuário para se vacinar, e isso é muito importante porque sublinha a importância das estratégias de comunicação. Uma lição importante aqui é que, além do arsenal intuitivo que os profissionais de saúde carregam sobre o tema, esse estudo e outros estudos são necessários para apontar melhores estratégias de comunicação”, disse Mesquista.

Por: Agência Brasil

Saúde

Homem de 34 anos sofre infarto após consumir dois energéticos por dia

Os médicos alertam sobre os riscos das bebidas energéticas, que elevam a frequência cardíaca e podem causar desidratação e arritmia

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Foto:Divulgação

Aaron Shreve, um inglês de 34 anos, sofreu um infarto no início de 2024 após consumir duas ou três latas de energéticos diariamente por vários meses. Sua esposa, Meagan, compartilhou a situação no TikTok, revelando que Aaron também tomava café regularmente, embora a família não saiba exatamente quando ele começou a consumir energéticos de forma habitual.

Em janeiro, Aaron relatou à esposa que estava sentindo o coração acelerado, o que levou Meagan a chamar imediatamente o resgate. Quando a ambulância chegou, Aaron desmaiou e foi direto para a UTI, onde os médicos realizaram várias massagens cardíacas, resultando em fraturas nas costelas.

O infarto de Aaron foi grave, exigindo uma hospitalização de cinco semanas. Os médicos diagnosticaram que o consumo excessivo de energéticos e a baixa ingestão de água causaram desidratação e arritmia, culminando no infarto.

Embora Aaron tenha se recuperado após semanas de monitoramento, os médicos recomendaram a redução do consumo de energéticos. Essas bebidas são conhecidas por elevarem o nível de açúcar no sangue e contêm estimulantes como cafeína e taurina, que aumentam a frequência cardíaca por até 45 minutos. Com cerca de 200 mg de cafeína por lata, consumir duas já atinge o máximo diário recomendado para adultos.

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Saúde

Nova pandemia à vista? Entenda a nova cepa de Mpox

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Foto: divulgação

A rápida disseminação da mpox anteriormente chamada de varíola dos macacos — em algumas partes da África levou à declaração de emergência global. A descoberta da nova cepa potencialmente mais mortal, conhecida como clado 1b, elevou as preocupações sobre a doença, mas muitas perguntas ainda permanecem sem resposta.

A nova cepa do vírus, que foi identificada pela primeira vez fora da África na Tailândia, está causando alarme devido à sua possível maior virulência. No entanto, não há dados conclusivos sobre sua contagem de casos, taxa de mortalidade ou se ela pode se transformar em uma pandemia.

O que é a doença?
mpox é uma doença causada pelo mpox vírus (MPXV), do gênero Orthopoxvirus e família Poxviridae. Trata-se de uma doença zoonótica viral. Sua transmissão em humanos pode ocorrer por meio do contato com:

– materiais contaminados com o vírus; 
– pessoa infectada pelo mpox vírus.

A principal forma de transmissão da mpox é por meio do contato próximo e prolongado (abraços, beijos, relação sexual) quando existem lesões na pele tais como erupções cutâneas, crostas, feridas e bolhas ou fluidos corporais (como secreções e sangue) em uma pessoa infectada. 

A infecção também pode ocorrer no contato com objetos recentemente infectados, como roupas, toalhas, roupas de cama, ou objetos como utensílios e pratos, que foram contaminados com o vírus pelo contato com uma pessoa doente. 

Quais são os sinais e sintomas da mpox?

  • Erupções cutâneas ou lesões de pele (como bolhas, feridas com casca ou não);
  • Adenomegalias, que se caracterizam por linfonodos inchados e também são denominados de “ínguas”;
  • Febre;
  • Dores no corpo;
  • Dor de cabeça;
  • Calafrio.

Profissionais da saúde / Foto: Divulgação

Há ocorrência da doença no Brasil?

O surto apresenta baixo nível de transmissão fora do continente africano até o momento. Em 2024, foram notificados 709 casos confirmados ou prováveis da doença no Brasil, sendo 85% do sexo masculino e 42,2% pessoas vivendo com HIV/Aids. Este número é significativamente menor comparado aos mais de 10 mil casos notificados em 2022, durante o pico da doença no país. Desde 2022, foram registrados 16 óbitos, com o mais recente ocorrendo em abril de 2023. Até o momento, não há registro de casos da nova variante no Brasil.

A epidemia de mpox são classificados de acordo com seus “clados”, ou ramificações genéticas. O clado 1a continua a ser predominante na República Democrática do Congo, enquanto o clado 1b tem se espalhado rapidamente em países vizinhos. A transmissão do clado 1b tem sido associada principalmente a atividades sexuais e contato próximo, diferentemente do clado 1a, que se espalha por meio do consumo de carne de animais selvagens.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) classifica o clado 1b como uma das principais razões para a emergência global, mas não se espera que a mpox alcance o nível de pandemia da COVID-19. Especialistas alertam que, apesar da gravidade dos surtos atuais, a resposta deve ser adaptativa e focada em controlar a propagação localmente antes que possa se espalhar amplamente.

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Saúde

Erro médico faz mulher tratar por 6 anos câncer inexistente

Justiça de São Paulo condenou a Amico Saúde, empresa médica de São Bernardo do Campo a pagar R$ 200 mil de indenização à paciente

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Foto: Reprodução

Uma mulher de São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, recebeu uma indenização de R$ 200 mil da Amico Saúde, empresa médica que a submeteu a um tratamento de quimioterapia por seis anos por uma metástase óssea que nunca existiu. A Justiça de São Paulo considerou que houve erro médico de diagnóstico e tratamento, que causou danos físicos e psicológicos à paciente.

A mulher, que tinha 54 anos em 2010, foi diagnosticada corretamente com câncer de mama e fez uma mastectomia. Porém, em outubro do mesmo ano, um novo exame indicou que ela tinha metástase óssea, ou seja, que o câncer havia se espalhado para os ossos. Ela então iniciou um tratamento de quimioterapia, que continuou mesmo após mudar de plano de saúde em 2014.

Em 2017, os médicos do novo plano de saúde desconfiaram do diagnóstico e pediram um exame mais preciso, chamado PetScan, que revelou que a mulher não tinha metástase óssea. O resultado foi confirmado por outro exame em 2018 e por um laudo pericial do Instituto de Medicina Social e de Criminologia de São Paulo.

Um exame feito em 2010, na mesma época em que ela começou a quimioterapia, já havia apontado que a probabilidade de ela ter metástase óssea era baixa, mas esse dado foi ignorado pelos médicos da Amico Saúde. A Justiça não conseguiu explicar por que a mulher foi tratada de forma equivocada por tanto tempo, se por negligência ou por economia.

A mulher relatou que sofreu muito com os efeitos colaterais da quimioterapia, como dor, insônia, perda óssea, perda de dentes e limitação dos movimentos da perna. Ela também disse que viveu uma grande angústia psicológica, achando que iria morrer a qualquer momento. “Cada sessão de quimioterapia se tornava um verdadeiro tormento à autora, porque a medicação é muito forte e possui inúmeros efeitos colaterais”, afirmou a defesa da paciente.

A sentença que condenou a Amico Saúde a pagar R$ 200 mil de indenização foi dada em primeira instância e confirmada pelo Tribunal de Justiça. O relator do recurso, o desembargador Edson Luiz de Queiroz, destacou que “a paciente foi levada a sofrimento que poderia ter sido evitado”.

No final de 2023, a Amico Saúde fez um acordo com a mulher e pagou os R$ 200 mil.

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